quinta-feira, 12 de abril de 2012

JOGOU ACÍDO PORQUE NÃO RECEBEU DOTE

Neela Khatunis em 2011 (foto) foi obrigada a se casar aos 12 anos de idade. Dois anos depois, o seu marido jogou ácido no rosto dela. “Ele estava com raiva porque não tinha recebido um dote de minha família”, disse. “Seu plano era me vender na Arábia Saudita, e, como me recusei, ele jogou ácido em mim.” 


Ela é uma das 2.700 vítimas de desfiguração com ácido por homens dos últimos 10 anos de Bangladesh, país asiático de 160 milhões de habitantes. Trata-se de um grande exportador de produtos têxteis cuja indústria usa o ácido sulfúrico na produzir corantes.


Maridos (ou namorados) vingativos e enciumado, portanto, conseguem com facilidade um pouco do ácido. A Justiça tem condenado os agressores, mas eles ficam pouco tempo na cadeia, geralmente menos de 10 anos.


A ong ASN (
Acid Survivors Network ou Rede de Sobreviventes do Ácido) dá assistência a quase metade das vítimas. Neela disse que, se não fosse a ASN, seria mais difícil conviver com o seu rosto desfigurado porque assistência do governo é quase inexistente.

As sobreviventes têm de lidar para sempre com a rejeição da sociedade porque as cicatrizes trazem desonra e vergonha à família delas, além de serem tidas como culpadas, geralmente de adultério.


Na maioria dos casos, as vítimas são pobres.

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