MORREU PORQUE ABORTOU

Um homem suspeito de ter assassinado a namorada com uma facada no coração, no último domingo (11.03.2012), em Três Corações (290 km de Belo Horizonte), apresentou-se na noite desta terça-feira

 Bruna Vilela Silva, 20, foi encontrada morta em matagal de Três Corações (MG)

(13) à delegacia de Polícia Civil da localidade.

De acordo com as investigações, amigos e familiares da vítima passaram a receber mensagens de texto nos celulares, enviadas supostamente pelo suspeito, confirmando a morte da mulher. O corpo de Bruna Vilela Silva, 20, foi encontrado em um matagal no bairro Jardim América, na manhã da última segunda-feira (12).

Segundo a delegada Ana Paula Gontijo, o empacotador Cássio Silva Fonseca, 21, estava acompanhado de três advogadas e não assumiu nem negou a autoria do crime. Como havia um mandado de prisão preventiva expedido contra ele, Fonseca foi preso e encaminhado ao presídio regional de Três Corações.

“Ele disse que não queria falar nada porque se encontrava em estado de choque e não queria se lembrar dos fatos. Ele não confessou o crime nem negou, mas ao dizer que não queria se lembrar dos fatos é porque ele tem alguma coisa para ser lembrada”, disse a policial.

Ainda conforme a delegada, o homem afirmou não ser uma pessoa normal porque faria uso de remédios controlados.  “Já é uma tese de defesa. Ele parece que já estava orientado”, afirmou a responsável pelo inquérito policial sobre a morte da vítima.

Aborto

A principal hipótese para o assassinato da moça teria sido um suposto aborto feito por ela. A delegada disse ter encontrado bilhete junto ao corpo explicando a motivação do crime.

“A gente tem um documento de laboratório atestando a gravidez dela. Esse bilhete tinha o nome dela e estava escrito o seguinte: você matou o meu filho. Você tirou parte de mim. Você tirou sangue de mim. Agora você vai pagar com a sua vida, você vai morrer. E estava assinado: ódio, ódio, ódio, o mais louco que tá tendo”, afirmou a policial.

Ainda conforme a delegada, o casal tinha um relacionamento de três anos e histórico de ciúmes, relatado por testemunhas ouvidas por ela. “Eles namoravam havia três anos. Durante um ano chegaram a morar juntos, mas havia um ciúme grande, tanto da parte dela quanto da parte dele”, disse

Ana Paula contou ter havido episódio de agressão do suspeito contra a namorada, no último Carnaval. O casal foi à delegacia, no entanto, a policial afirmou que a jovem não quis registrar queixa contra o homem.

Ainda conforme ela, o inquérito apurou ser o suspeito uma pessoa muito agressiva, com episódios de ataques à mãe e à avó. A delegada informou que vai encerrar o inquérito até o próximo dia 22.

O suspeito deverá ser indiciado por homicídio qualificado e, caso seja condenado, a pena varia de 12 a 30 anos de prisão. “Ele tem ao menos uma qualificadora que é o motivo torpe”, afirmou.